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domingo, 22 de agosto de 2010

NAS ÁGUAS DE AMARALINA

NAS ÁGUAS DE AMARALINA
Aparecido Donizetti Hernandez

Como o mundo me encanta
Quando ando pelas planícies,
Quando posso andar próximo
Às cachoeiras...

Poucas vezes tenho tempo,
Poucas vezes tenho a permissão,
Como amo a Terra!

À poucos dias caminhando,
Em lugar de linda mata,
Protegida por Xangô,
De rios com a mata ao seu redor.

Lá estavam três lindos anjos a brincar
Com a doce bruma das águas,
Nas águas de Amaralina,
Junto de Inhanã,
Bem perto de Iemanjá!



DÁDIVA

DÁDIVA
Aparecido Donizetti Hernandez

Esse é o grande prazer da vida: as incertezas,
Se tudo fosse previsível
A vida não teria graça, seria monótona.
A felicidade ou infelicidade são nossas próprias opções...

Temos a maior dádiva – o livre-arbítrio.
Se em alguns momentos
Tomamos rumos que nos deixam infelizes
É que estamos rumo à felicidade.

Não saberemos a diferença entre o açúcar e o sal, se não provamos.
Então, não saberíamos saborear a felicidade
Se não tivéssemos as decepções.

Saboreie a felicidade,
Mas devolva-me à quietude,
Quietude que tinha antes de conhecer-te.
Devolva-me o sonho sereno e a paz,
Paz que me envolvia na minha cama vazia...

FASCÍNIO

FASCÍNIO
Aparecido Donizetti Hernandez

Qual o fascínio que me desperta!?
Qual o fascínio deste concreto subindo aos céus, tapando a terra?
Que fascínio me desperta essa arquitetura de curvas e retas?
- Que me desperta e me aperta...

Qual o fascínio que os homens vêem no concreto?
Tornando o mundo abstrato saindo das entranhas da terra
Tentam chegar aos céus, ofuscando estrelas,
Onde não há mais matas e sumiu a serra.

Qual o fascínio que o amor nos desperta!?
Concreto no nosso abstrato...
Nesta noite fria em que me acalento em seus braços
Sem cantos... sem serra,
Junto ao “concreto” amor que nos dilacera.

CÉU ESCURO

CÉU ESCURO
Aparecido Donizetti Hernandez

Noite escura - a Lua não quis dar a graça de sua presença,
As estrelas no céu negro, nuvens espessas não permitem enxergá-las.
Noite escura de verão, as cigarras cantam,
Para acompanhar seu cantar, pirilampos cortam o céu,
Iluminando a noite escura como a tintinabular
O canto das cigarras, como a afirmar:
A noite escura é meu salão - o palco de meu dançar.
- Pontos de luz à iluminar a negra noite sem luar -

CREPÚSCULO

CREPÚSCULO
Aparecido Donizetti Hernandez

És iluminada, fostes feita da pura têmpera,
Simbolizas a liberdade,
És o símbolo dos anjos.
Como o crepúsculo,
Trazendo o Sol da vida
Para iluminar o novo amanhecer
Em cada novo nascer.
És tu que gera e regenera a humanidade
Em cada novo nascer...
Para o novo nascer, o antigo tem que morrer,
Mas, és tu que regenera
Em cada novo amanhecer dos filhos que gera.
Em seu ventre conduz o novo paradigma para a humanidade,
Como no crepúsculo que ilumina as camadas superiores da atmosfera,
Como os raios do Sol,
És os raios que ilumina uma nova Terra e uma nova Era.
Mulher, és tu que aquece,
Enriquece o renascer de minha alma
E ilumina meus caminhos.

NAVEGANDO

NAVEGANDO
Aparecido Donizetti Hernandez

Navego o turbulento barco de minha vida...
Turbulento e cismado barco de angústias,
Angústias que parecem fazer parte de todas as existências.
- Turbulento barco de minha existência -

Barco turbulento à procura de águas calmas
A fazer contra-ponto aos turbilhões internos de minha alma,
Onde encontro tais águas a não ser junto a ti,
Que tens o dom de acalmar o turbulento barco de minha vida.

Minhas angústias parecem amainar com sua presença,
Presença de águas calmas, que geram esperanças
Nas angústias de minha alma.
Somente você me acalma,
Tens o dom de purificar minha alma.

PELA PAZ!

PELA PAZ!
- Primeiro dia do ano no calendário gregoriano (Dia da Confraternização Universal e da Paz)
Aparecido Donizetti Hernandez


No dia 1º de Janeiro comemoramos o início de um novo ano e celebramos o Dia Internacional da Paz.
Por ser o dia da Paz, elevemos nosso pedido para que encontremos a própria paz interior.
Estando em paz com nós mesmos poderemos talvez um dia ter a paz no mundo.
Sendo o início de um novo ciclo, desejo-lhe um ano de encontros e reencontros,
um ano de construção da esperança e de realização de sua própria paz.
Que você esteja em paz!

TRIBUTO A UM POETA

TRIBUTO A UM POETA
Aparecido Donizetti Hernandez

Sob a sombra da velha paineira
Repousa o antigo arado,
Arado que rasgou as terras de massapé,
Onde vi plantar as sementes das esperanças
De ver nossos campos verdes brotando...

Velha paineira que nos abrigava sob seus galhos,
Onde João de Barro construía seu ninho de amor,
Lá nos encontrávamos todas as tardes de outono,
Onde víamos o entardecer, pensando que nunca haveria dor...

Velha paineira que hoje como nós
Entristece ao contemplar as queimadas
Que ofuscam o pôr-do-sol
Do nosso lindo interior,
Levando embora seu esplendor.
Velha paineira que o poeta
José Fortuna eternizou com suas palavras de amor.

LIBERDADE É SEU DOM

LIBERDADE É SEU DOM
Aparecido Donizetti Hernandez

Encontras tempo para defender e lutar pela
Liberdade, que divides sem
Impor suas vontades,
tens o dom de como uma
Zangarelha levar contigo todos nós a defender com
Ardor os princípios básicos da natureza humana à
Benevolência que conduzirá a humanidade com a
Eterna luta da dignidade humana em nosso Planeta
Terra, conquistando na liberdade a
Herança que nosso mestre nos deixou...

Místico e misterioso podem ser esses dons
Inatos do seu destino, que lhe dão forças de não
Sucumbir às adversidades que são impostas.
Conduzindo com maestria a
Inspiração de seus dons,
Arrancado da expressão da alma
Silenciosa e
Combatente,
Inspiradora e contagiante é sua luta.


quinta-feira, 19 de agosto de 2010

NOSSO AMOR

NOSSO AMOR
Aparecido Donizetti Hernandez

Como começa o amor?...
Não sei, não sei...
Sei que abri meus flancos
E você foi entrando devagarinho
Sorrateiramente fomos entrelaçados
Pelos mesmos gostos,
Fomos seduzidos pelos versos, pelas palavras...

Como começa o amor?...
Não sei, não sei...
Sei que fomos seduzidos um pelo outro,
Fomos seduzidos pelos versos
E o reverso do que somos,
Fomos seduzidos pelo que somos iguais,
Seduzidos pelo que somos diferentes,
Fomos nos seduzindo pelo cheiro da mata,
Pelas belas cachoeiras,
Pelo cheiro da terra,
Pelo doce orvalho que molha a terra.

Como começa o amor?...
Não sei, não sei...
- Se souberes me explique -
Explique-me porque aos outros incomoda...
Talvez incomoda a quem somente quer o desamor.
Incomoda a quem não entende que o amor
Pode ser um amor que temos pela flor,
Por um beija-flor o amor que temos,
Mesmo sentido a dor do ardor desse amor.






RÚSTICOS ENCANTOS

RÚSTICOS ENCANTOS
Aparecido Donizetti Hernandez

Vindo da caçada,
Encontrei-a junto às grandes rodas da carroça.
Carroça puxada por duas juntas de boi:
dois brancos e dois malhados.
Um dos bois malhado tinha grandes manchas no dorso...
manchas pretas e avermelhadas,
algumas pintas brancas entre o preto e o vermelho.
As pintas brancas entre as cores
faziam par com seu lindo vestido vermelho com grandes rosas brancas.
O avermelhado fazia companhia à seus olhos chorosos.
Por que choras?
Se trouxe meus olhos para ver seu sorriso e encantos,
Meus ouvidos para ouvir seus lindos cantos.

AS ENGRENAGENS DA VIDA

AS ENGRENAGENS DA VIDA
Aparecido Donizetti Hernandez

As “engrenagens” da vida vão se encaixando
A cada atribulação da “vida das agruras”,
Da existência, das decepções e das próprias realizações.

Caminhamos para entender as “engrenagens” da vida...
Como uma “engrenagem” usinada, ainda sem tempera
Sem o devido esmeril das rebarbas.

Vamos com o tempo...
Com o aperfeiçoamento da vida,
Lapidando e afinando as “engrenagens”.

E como quase de forma natural
As “engrenagens” da vida
Vão se encaixando.

Encaixando no aprimoramento da tolerância,
Da compreensão...
Do reconhecimento das diferenças de experiências.

Que torna a vida a mais bela das aventuras.
Não há aventura sem compartilhamento...
Isso faz com que compartilhe minha vida com você!

VEM COMIGO

VEM COMIGO
Aparecido Donizetti Hernandez

Pegue em minhas mãos,
Feche os olhos, venha comigo...
Para juntos vermos as nebulosas em Alpha Centauro,
Juntos ver as nebulosas! As estrelas nascerem!
Venha comigo aos confins do universo ver as estrelas...
E as que morreram...
Estrelas que não mais existem continuam a irradiar seu brilho no Céu...
Irradiando sua luz no Universo à velocidade da luz,
Seu esplendor continua a irradiar a luz
Mesmo que se foram há muito tempo
Mantêm sua luz nos céus.

Pegue em minhas mãos,
Venha comigo ver a escuridão...
Escuridão que o brilho de seus olhos ofuscam...
Seus olhos criam a claridade, a claridade da esperança de te ver.
Olhos verdes que refletem as estrelas na escuridão dos céus.
Dê-me as mãos, vem comigo, não me deixe na escuridão...
Escuridão de te amar e querer te ter - e não te ter -
Vem comigo... Não me deixe a escuridão;
Escuridão de minha solidão!

terça-feira, 17 de agosto de 2010

POETAS DEL MUNDO

[...] As manifestações culturais de nosso Estado ficaram no tempo perdidas e dispersas, considerando que as artes não têm fronteira nem Pátria, são apropriadas e modificadas por cada povo de cada região e adaptadas. Como exemplo, as parábolas de origem árabe, que hoje ainda fazem parte da cultura brasileira ou a música sertaneja de origem portuguesa, incrementada por ritmos latinos.
A poesia, apesar de ser de gosto popular, ainda é cultivada na intimidade, não há [...]manifestações públicas sobre essa forma de arte [...]


A arte literária é consequência da própria vida, viver é a arte do inexplicável, das dúvidas e da esperança.

Aparecido Donizetti Hernandez

UM PEQUENO GRÃO

UM PEQUENO GRÃO
Aparecido Donizetti Hernandez
- Reflexões -

O que somos, pra onde vamos, é o que todos queremos saber! Há teses e mais teses à respeito, mas vamos ver onde estamos... Estamos em Planeta que já destruiu a vida quando da Era Glacial. Por que a vida foi destruída!?
Será que não foi para uma nova espécie se desenvolver?... a espécie humana.
Há uma teoria que a terra tem o poder da metamorfose, poderá destruir quem tenta destruí-la para continuar na sua trajetória perene. Somos seres racionais e estamos ajudando de forma maior ou menor o nosso habitat ser destruído. A água que é fonte da vida poderá em poucos anos faltar. Mas aterramos um olho d’água sem a menor cerimônias – há, isso é insignificante! Não atentamos que um pequeno olho d’água faz parte de um grande complexo aqüífero.
Um minúsculo fio d’água é que forma o córrego, que forma o rio, que forma o Mar.
Nos indignamos quando vemos as imagens das grandes chaminés poluindo, quando vemos, de forma trágica, as geleiras derretendo.
Mas você já se indignou quando do seu lado, do lado de sua casa, minas d’água são aterradas... com isso matando riachos e córregos.
Você já se indignou quando os pequenos e grandes rios, em especial das regiões densamente habitadas, transformam em condutores de esgoto; ou você é daquelas pessoas fechados por concreto para não ver a verdadeira dimensão de sua poluição?
Há Leis ambientais que determinam sua preservação, mas somente são eficazes quando aplicadas e aplicadas a tempo. A preservação da vida humana está nas mãos dos próprios seres humanos, faça sua parte, mesmo que você ache que é um grão de areia nesse oceano. Acredite, as grandes obras e a natureza são feitas de peças microscópicas.



segunda-feira, 16 de agosto de 2010

MINHA SABIÁ VOLTOU

MINHA SABIÁ VOLTOU
Aparecido Donizetti Hernandez

Minha sabiá voltou...
Fiquei um ano sem te ter,
Não sentistes a segurança,
Para junto estarmos,
Havia outros em nosso caminho...

Mas como poderia ficar sem ti
E tu sem eu?
Voltastes e pra ficar!
Eu sinto!

Nosso ninho estava vazio,
Agora sei que todo ano voltarás,
Manterei nosso ninho...
Enquanto voas à cantar!





IMPURA ALMA

IMPURA ALMA
Aparecido Donizetti Hernandez

Oh, impura alma, que tens desejos insanos,
Tenha como exemplo seus antigos ensinamentos...
Não podes repetí-los,
Não cansais de sofrer de amor?

Quantas vidas precisas para esquecê-la,
Quantas angústias, quantas quimeras!
Quididade, já sabes que é... sofres por que queres!
De quê serviu seus ensinamentos...
Somente aprendestes a sofrer de amor?
Oh, alma impura, amargurada de amor,
Mantenha a quietude para ser feliz.

NOSSO TEMPO

NOSSO TEMPO
Aparecido Donizetti Hernandez

Como viver sem nossas viagens?
Nossas viagens pelo Universo...
Conhecendo novos mundos,
Novas vidas, outras contradições.

Como viver sem nossas viagens?
Nossas viagens pelo tempo...
Encontrando e reencontrando nosso tempo.

Como viver sem nossas viagens?
Viagens que nos levou ao templo,
Ao templo de meu silêncio,
Onde sua voz me desperta no tempo.

Como Viver sem nossas viagens?
Viagens que me desperta no templo,
Templo de seu silêncio,
Silêncio que me desperta todo tempo
As angústias desse tempo...





OLHOS NEGROS

OLHOS NEGROS
Aparecido Donizetti Hernandez

Em minhas viagens encontrei um rosto,
Não um rosto qualquer,
Uma verdadeira pintura.

Rosto fino, nariz afinado,
Semblante sereno.
Olhos pequenos... penetrantes
Olhos negros... enfeitiçados.

Olhos que em meus sonhos sempre via,
Olhos que na noite escura de minhas agonias,
Conduzia-me nas viagens que faria
Pelo universo da imaginação.
Olhos que sempre se escondiam por trás
Do fino véu de minha imaginação.




ÁGUAS

ÁGUAS
Aparecido Donizetti Hernandez

Como as águas que solapam a terra
Para encontrar o caminho da superfície...
Contornando pedras, erguendo areias,
Juntando-se em pequenas gotículas,
Formando um fio d’água, rompendo barreiras.

Como as águas que formam riachos,
Criando rios que correm ao encontro do mar,
Fazendo um ciclo que retorna à terra para um novo começar...

Como as águas junto aos ventos
Que embalam as velas abertas dos barcos...
Barcos do destino – destino de sempre te encontrar
Não importando para onde vá...

Assim é a vida... temos que à terra retornar,
Para nos purificarmos,
Fazendo um ciclo de novo reencontro,
Com os amores de outrora.
Estaremos juntos em todas as auroras,
Vendo o crepúsculo nas brumas que se formam agora,
Como nas águas de outrora.

CANTANÇA...

CANTANÇA...
Aparecido Donizetti Hernandez

Canta a sabiá, gorjeiam os pássaros,
Deito na cama que escolherei,
Na minha terra tem palmeiras,
Em minha terra tem “trezentos” picaretas.
Congressual, quero uma ideologia pra viver...
Meus inimigos estão no poder!

Mas prefiro ser um sapo que pode escolher:
Jogue-me no fogo - me jogue no fogo...
Na lagoa não quero perecer...
Para a lagoa me jogastes...
Na presidência vou permanecer!

CONCÓRDIA OU DISCÓRDIA?

CORCÓRDIA OU DISCÓRDIA?
Aparecido Donizetti Hernandez

Quando praticamos a solidariedade e o amor sem nada pedirmos em troca, a não ser que a própria solidariedade e amor se propaguem, ai sim estará praticando o que o filho de Deus feito homem pregou;
E por pregar o essencial para a Paz entre a raça humana foi executado pelos interesses dos poderosos da época, tanto pelos religiosos como pelos invasores imperiais.
A compreensão, a solidariedade e amor pedem sacrifício; mas não o sacrifício da vida, mas pede o sacrifício que dê prazer em estar em paz consigo mesmo; a única coisa que deves sacrificar para termos um mundo melhor que é possível ser real, é a execução de nossos preconceitos e intolerância.
Jesus mesmo de braços abertos na cruz pediu ao Pai para perdoar os que não sabem o que faz, perdoemos, nós mesmos pelos erros que cometemos e vamos fazer que esses erros sejam a nossa escola para que jamais se repitam.
Que o dia no nascimento de Cristo seja uma eternidade de amor.


- 25 de dezembro de dois mil e oito do Nascimento de Nosso Senhor Jesus Cristo -

SONHADOR

SONHADOR
Aparecido Donizetti Hernandez

Sou um sonhador,
Como todo sonhador, sonho!
Sonho com um mundo sem trevas!
Sou um sonhador,
Mas sem ilusões.

As trevas somente serão luz,
Se cada um der sua contribuição,
Cada qual como um minúsculo pirilampo
Iluminando a noite sem luar.
Coletivamente fazendo da escuridão
Um espetáculo de Luz!

domingo, 15 de agosto de 2010

MORRO DO ITAQUI

MORRO DO ITAQUI
Aparecido Donizetti Hernandez

Do alto do Itaqui avisto a parada de trem
Com seus vagões transportando café,
Trilhos que margeiam o Rio Barueri Mirim,
Que recebe as águas do Sapiantã,
Juntos indo ao Rio Tietê,
De rumo inverso ao caminho dos trens que vão direto à procura do mar.

Do alto do Itaqui avisto as árvores da Mata Atlântica com sua biodiversidade,
E ouço o cantar dos pássaros...
Avisto a Casa Bandeirantista no alto da colina,
Circundada pela mata, ainda intacta,
Vejo do alto do Itaqui a transformação
Da antiga pedreira, que calçaram as ruas da Paulicéia
em um conjunto habitacional...
Vejo do Itaqui as casas surgirem como um passe de mágica,
Mudando a paisagem, derrubando a mata, poluindo os rios, calando os passáros...

Não vejo mais do alto do Itaqui os trens transportando café,
Agora transportam pessoas que vêm e vão à procura do pão,
E do vagão olham para o lado do Itaqui, mas ele não está mais ali,
Para onde levam o Morro do Itaqui?...Que não está mais aqui.

sexta-feira, 13 de agosto de 2010

INSPIRA

INSPIRA
Aparecido Donizetti Hernandez

O que me inspira
São seus negros cabelos,
Seu solto e alegre sorriso,
Os grandes brincos em suas orelhas,
Que imagino usando-os,

E suas orelhas sem brincos,
Que brinco sussurrando palavras de amor.
O que me inspira
É imaginá-la em meus braços,
Transpirando felicidade,
Felicidade que transpassa a existência...

O que me inspira
São seus olhos negros
A fitar-me sorrateiramente
Entre uma palavra e outra...

O que me inspira
É que transpira, que respira o que é real
Na vaga e vã imaginação dos versos
Que saem e voltam à mente de poeta...
Me inspira a ver o céu sem nuvens e translúcido,
As matas verdes e o azul do mar.

TEMPO

TEMPO
Aparecido Donizetti Hernandez

As escolhas são frutos das situações que a vida nos impõe
Ou somos nós que impomos à vida nossas escolhas...
O destino está traçado - traçado para a felicidade.
Somos frutos das escolhas, das escolhas dos caminhos,
Temos o livre arbítrio para definir quais os caminhos...
Quais caminhos seguir?
Quando escolhemos nossos caminhos, esses caminhos são nossos.
Podemos escolher caminharmos sós,
Mas sós pode não haver caminho.
Nas trilhas da vida
Não podemos ser o que querem que sejamos,
Seremos o que somos...
Somos filhos dos viajantes,
- Viajantes do tempo -
Se bons ou maus, não sabemos,
O que sabemos é que aqui estiveram.
Não sabemos em que tempo
Na relatividade da existência,
Da existência e do tempo.
O tempo que tens pra mim é um segundo,
Segundo de tempo...
Tempo relativo na nossa eternidade de tempo,
Qual é nosso tempo?...

MÃOS

MÃOS
Aparecido Donizetti Hernandez

As mãos não prendem,
As mãos libertam.
Elas acariciam.
As mãos expressam
Em movimentos seu
Meigo olhar!



ANJO TRISTE?

ANJO TRISTE?
Aparecido Donizetti Hernandez

Olhas ao seu redor,
Olhas dentro de ti,
Olhes para o Céu,
Veja a Lua,
Quão próximos às Estrelas
Parecem estar uma das outras...

Olhe novamente para dentro de ti,
Veja o anjo, mire o anjo,
Ele não está triste...
O anjo está pensativo...
Não está melancólico, está apaixonado...




ROSAS E POESIA

ROSAS E POESIA
Aparecido Donizetti Hernandez

Quem gosta de rosas
Defende a natureza
E a beleza da terra.

Quem gosta de poesia
Tem a sensibilidade
Para defender o bem da Humanidade!

MOMENTO

MOMENTO
Aparecido Donizetti Hernandez

No tempo como relativo,
Marcas em minha retina seus mais singelos gestos...
Marcas no fundo de meu cérebro, tuas palavras.
Deixas guardado no tempo seus meigos pensamentos com que escreves...
O que escreves atravessa os séculos...
Séculos que passam como se fossem um segundo... um momento.
Vivo a recordar eternamente
Aqueles momentos vividos e revividos todo o tempo.
No tempo relativo de meus pensamentos,
Que me mata a saudade de reviver esse momento.
Pensamento que atravessa os grandes mares de meu pensamento,
Onde encontro seu amor imensurável e seus pensamentos...
Pensamentos de amor que atravessará a eternidade
E será revivido por todo o tempo.

terça-feira, 10 de agosto de 2010

DEVEMOS ACREDITAR NO HOMEM?

DEVEMOS ACREDITAR NO HOMEM?
- Reflexões -
Aparecido Donizetti Hernandez


Como acreditar no Homem...
A história da Humanidade está repleta de revoluções e conflitos,
Conflitos de interesses e de poder do homem sobre o homem,
Conflitos onde os vencedores impõe seus interesses e suas idéias sobre os vencidos,
Onde os vencederes impõe até sua cultura e suas crenças.
Mas essa não é a essência da natureza humana,
O Homem não foi feito para cultivar a indiferença sobre os outros seres humanos,
Não é ter a arrogância e o controle sobre outros,
A essência do Homem é a solidariedade e o trabalho coletivo e o progresso mútuo.
O homem criou as diferenças entre eles e cultivando o personalismo,
Acredita que somente ele tem o direito sobre a Terra,
Mas a Terra foi construída para ser compartilhada
Por homens de diferentes pensamentos,
Pelo menor ser vivo, mesmo microscópico.
A Terra e os Homens foram criados um para ser complemento do outro,
A essência do Homem está nos ensinamentos de Cristo,
Que pregou e nos ensinou em suas parábolas o amor e a compreensão,
Entre todos os homens
E o repeito pelos outros seres viventes de nosso planeta.
Sua essência está aí dentro de ti,
Com um pequeno esforço podes deixar que ela aflore
E se imponha sobre a arrogância, a prepotência e o individualismo,
Transformando-se, vós também tranformará a vida,
E teremos um mundo mais bonito e solidário.

EM BUSCA DO TEU AMOR

EM BUSCA DO TEU AMOR
Aparecido Donizetti Hernandez

Esse meu amor incontrolavél...
Sinto sua falta
Como quando o ar me falta,
Esse amor que me sufoca...

Me sufoca a sua falta,
Quando penso que tudo está bem,
Está tudo certo entre nós,
Você me escapa, some...

Onde vais, quando pra mim não voltas?
Onde estás nas horas que esse ar me falta?
Tento pegá-lo... como se pega o ar com as mãos,
Me escapas entre os dedos.

Vais... mas volta, com esse amor que me sufoca,
Esse amor que me faz falta como o ar...
Quero que vá, quero que fique,
Pois sem esse amor não tenho ar,
Esse amor que me deixa viva em você e você vivo em mim.

LIPPI

LIPPI
Aparecido Donizetti Hernandez

Fostes feita da alva areia da praia,
Seus lindos cabelos, da bruma suave do mar,
Seus lindos olhos moldados para enfeitiçar.
És devota de São Benedito, mas abençoada...
Por Iemanjá!

ALMA MINHA

ALMA MINHA
Aparecido Donizetti Hernandez

Oh! Alma iluminada,
que habita escultural corpo,
Corpo de contornos
Em curvas sinuosas que me fascina,
Curvas que me conduzem à viagens reais e imaginárias.

Oh! Alma iluminada
Que habita ao mesmo tempo seu corpo
E inquieta minha mente.

Oh! Alma iluminada
Que nesse corpo me conduz
E reconduz a insanos pensamentos...
Iluminas minha vida!

Oh! Alma iluminada
Que encontras pela frente o combate de trevas que a pertubam...
Trevas que querem ver nosso amor no abismo, na escuridão...
Escuridão que terei que junto contigo enfrentar,
Para não ver esse amor definhar!

MINHA THEREZA

MINHA THEREZA
Aparecido Donizetti Hernandez


Vejo-te levantar,
Falta muito para o Sol nascer,
Prepara-te para mais um dia.

Vestes uma calça sobre outra,
Uma camisa sobre outra,
Prepara o rosto... suave maquiagem,
Coloca um grande lenço,
Cobrindo a cabeça e parte do rosto.

Sobre a cabeça, grande chapéu de palha,
É mais um dia,
Com a peneira às mãos,
Abanando café.

Café que para esperar-te,
Deu linda e grande florada,
Produzindo lindo frutos,
Somente para ver-te de peneira às mãos,
Sob o sol escaldante dos cafezais paulista.

ARRANCADO DE MEUS BRAÇOS

ARRANCADO DE MEUS BRAÇOS
Aparecido Donizetti Hernandez

Aprendi a arte do comércio, das barganhas e das trocas,
Aprendi com meus ancestrais, faz parte de minha cultura.
Aprendi a arte de ser feliz,
Aprendi com meus ancestrais, faz parte de minha cultura.

Aprendi a fazer festas,
Aprendi com meus ancestrais, faz parte de minha cultura.
Aprendi a viver coletivamente em tendas
E tendo o Planeta como nosso, e a terra como nossa,
Não sendo somente minha,
Aprendi com meus ancestrais, faz parte de minha cultura.

Aprendi ser perseguido,
Aprendi com meus ancestrais, não faz parte de minha cultura...
Faz parte dos preconceitos
Cultivados há milênios, mais antigos, talvez, que minha cultura,
Faz parte da cultura dos intolerantes, que não compreendem minha cultura.

Aprendi a ver o futuro nas cartas,
Ler as linhas do destino nas mãos espalmadas,
Aprendi com meus ancestrais, faz parte de minha cultura.
Mas não aprendi com os intolerantes
A ter meu filho arrancado de meus braços...
Faz parte da cultura dos intolerantes.
Não faz parte de minha cultura!

domingo, 8 de agosto de 2010

NOS REENCONTRAREMOS

NOS REENCONTRAREMOS
Aparecido Donizetti Hernandez


Mãos estendidas aos céus
Junto contigo reverencio aos deuses,
Pelo amor que me deu,

Junto contigo de mãos estendidas aos céus,
Mãos que me conduziram pela vida,
Mãos que me ensinaram a estender as minhas ao meu próximo...

Mãos estendidas que juntas labutam,
Cavando a terra e semeando-a,
Recriando o jardim das flores de esperança,
De novamente nos encontramos
Nos Jardins do Nosso Mestre.


- Ao meu pai que se encontra nos Jardins do Senhor -

METAMORFOSE

METAMORFOSE
- REFLEXÕES -
Aparecido Donizetti Hernandez

Durante a nossa existência as experiências por nós vividas formam o que podemos chamar de conceitos culturais, onde a formação de nosso caráter humano é o conjunto do que vivenciamos e os exemplos que temos; em especial, de nossos familiares e amigos que temos como referência.

A máxima sempre dita “Dizes com quem andas que direis que és”, não se aplica à formação de caráter e de atos do ser humano; (Lembrem-se Judas andava com Cristo e Pedro também - o primeiro o traiu e o segundo, o renegou) porque a atitude e as ações de indivíduos não se têm somente em uma única experiência, mas em muitas expiações.

Conheci pessoas que apesar de uma educação tanto de bons exemplos familiares, quanto em uma relação sócio cultural de “alto nível” ter a maldade e a mesquinhez como prática cotidiana, reforçada ainda por todo tipo de pré-conceitos, e conheci pessoas que apesar de uma origem simples sem muita educação formal e pouco acesso à informações, a não ser de seu pequeno e localizado mundo, com uma bondade e altivez, e uma profunda visão humana, de respeito à diversidade, que com toda certeza surpreenderia qualquer estudioso e antropólogo.

O ser humano não tem a capacidade da metamorfose, mas tem a capacidade com seu livre arbítrio de construir e seguir novos e melhores caminhos. Temos que nos indignar com as maldades, a maldade que destrói outros seres humanos, a própria Terra e a ambição, no sentido de ganância que, também vem destruindo nosso planeta e outros seres humanos, deixando marcas de destruição.

A Terra tem a capacidade da metamorfose e poderá destruir quem tenta destruí-la, para continuar em sua órbita perene.





Editado Revista Zap

MEU VELHO

MEU VELHO
Aparecido Donizetti Hernandez

Nascestes em Jahú,
Filho de migrantes espanhóis,
Muitos irmãos e irmãs,
Todos lavradores da terra.

Por que?
Por que deixastes os lindos cafezais no Oeste Paulista?
Abandonando sua enxada,
Seu rastelo,
Sua peneira sob a saia do pé de café...
Rumo a Capital?

Para transformar-se em operário?
Para se encontrar?
Por que deixastes os lindos cafezais paulista?
Deixastes a roça...
Mas não deixastes para trás
A linda e meiga Rosalina,
Arrastastes contigo,
Para uma nova vida
Ou para uma ilusão.

Viestes, mas trouxestes junto
Os conceitos pré-estabelecidos
De patriarca,
Quantas fábricas trabalhastes,
Quantas fábricas!

E a meiga e doce Rosalina,
Quantas trouxas, quantos fardos de roupas
Trouxe sobre a cabeça!
Quantas noites e madrugadas
Sentada à beira da máquina de costura,
Quantos dias...

Transformaram-se de lavradores em operários
Valeu à pena?
Valeu à pena!
Construístes uma família,
Vivendo foi rompendo
Os preconceitos e criando outros conceitos.
Deixou as fábricas antes que querias,
Como trabalhou, como trabalhou!
Viveu como pode,
Fostes como querias...

À beira da lagoa, com sua vara de pescar às mãos...
Agora pesca almas, almas para o Senhor!


08 de agosto de 2010 - Dia dos Pais
- Editado Revista Zap -

À TUA PROCURA

À TUA PROCURA
Aparecido Donizetti Hernandez

Poderia ter esperado?
Em muitas vidas, te esperei,
Nem em todas te encontrei.

Procurei-a nos montes,
Nos vales, nas florestas e
Entre as flores.
Procurei- a nas batalhas e
Nos refúgios.
Procurei-a nas Cruzadas,
Junto aos cristãos e aos mouros.
Procurei, procurei...

Entre sinais que cortam o espaço
E dele voltam
Encontrei-a em uma tela.
Mas nem sempre a tela
Me permite vê-la;
A tela ainda é controlada por Homens,...
Homens que não me deixam vê-la.

NO MUNDO DAS TREVAS

NO MUNDO DAS TREVAS
Aparecido Donizetti Hernandez


No mundo das trevas
Sempre estamos,
Para lá sempre querem nos levar.

A fragilidade da vida terrena,
A constante tentação
De aderirmos ao mais fácil,
Ao mais conveniente.

A facilidade que aderimos aos poderosos,
Por achar que o caminho é mais curto,
Nos rendermos sem lutar, agirmos sem pensar.

O inconsciente coletivo da vantagem e das aparências,
Isso pode nos enganar
Fazer com que caiamos nas teias da Propaganda e não dos fatos.
Cairmos nas aparências e sermos iludidos pelo que pensam que
Queremos... e sermos seduzidos pelo que não teremos.

A vida da solidariedade e da compreensão é mais difícil,
Porque difícil é lidar com o contraditório,
Lidar com o que queremos para nós
E o que é ideal para todos.

O caminho da luz é revolucionar o interno - o eu,
Romper com o inconsciente coletivo e levar para
O consciente coletivo a realidade, os fatos e
Forjar um mundo em que as contradições individuais,
Sejam superadas pela realização coletiva.

SEI DE TUDO?

SEI DE TUDO?
Aparecido Donizetti Hernandez

Sei de tudo, das viagens que faz,
Dos amores que visitas,
Das batalhas que travas.

Sei de tudo, das paisagens que vê,
Das cachoeiras que se banha,
Dos labirintos que caminha.

Sei de tudo, dos mundos que passeia,
Dos anjos que te acompanham,
Das vidas que vives,
Dos pensamentos que tens

Sei de tudo, dos pássaros que ouves,
Das canções que gostas,
Das paixões que teve,
Das tuas partidas e de sua chegada!
Sei de tudo... e não sei de nada!

MARCAS

MARCAS
Aparecido Donizetti Hernandez

A felicidade começa quando nascemos?
A felicidade é um dos objetivos da vida...
Quando a temos? Quando a teremos?

Na infância, quando brincamos
Contemplando e se deslumbrando
Em cada nova descoberta.

Na adolescência, quando descobrimos
O que pode ser o amor e a dor?
Quando pensamos que somos o
Centro do mundo
E ele gira à nossa volta!

Na meia idade, quando pensamos que
Já passamos por tudo,
Mas ainda não passamos por nada.

Na velhice, quando tememos...
Tememos até o amor.

Quando começa a felicidade?
A felicidade é uma busca constante,
E para encontrá-la, temos que ter as marcas,
As marcas do tempo...
Que as marcas do tempo deixem em nós,
Não somente lembranças,
Mas, também pequenas brumas de felicidade!

segunda-feira, 2 de agosto de 2010

ANJO DE MINHA INFÂNCIA

ANJO DE MINHA INFÂNCIA
- PROSA -
Aparecido Donizetti Hernandez


Quando criança, vivi sob os cuidados de meus avós maternos e três tios que, ainda solteiros me cuidaram até os 8 anos de idade. Lembro-me vagamente de uma colônia onde vivia a maioria de meus parentes maternos, provavelmente desfeita entre 1963 e 1964.
Dessa época, o que mais fica na vaga memória é a canoa à beira de um riacho repleto de taboa.
Ainda está fixa na memória a mudança para a fazenda dos Pontieres, na Fazenda das Antas. De lá ainda me lembro do riacho com areia fina e branca; tenho ainda a nítida impressão que o viveiro com os periquitos australianos à sombra do coqueiro-anão ainda estão lá.
Lembro-me do cachorro Gavião que mesmo não sendo meu, insistia em deixar sua casa, a mais de 10 quilômetros em linha reta para comigo estar. Com ele muitas aventuras fiz.
Não dá para esquecer a “maldade” que era cortar um dos dedos de um pintinho de cada ninhada, que criava como mascote e, depois de grande não o deixava ir para a panela.
Que gostoso ver meu avô andando com o cachimbo na boca e o loro atrás dele como se fosse um cão de guarda.
Minha avó com centenas de galinhas d’angola que viviam como se fossem selvagens em revôo e barulhento “tô- fraco”.
Lembro-me da égua que liderava os outros equinos que meus tios domavam e, para pegá-la no pasto sem muitos transtornos, somente eu conseguia.
O pé de carambola, com o cheiro especial de seus frutos, ainda está em minhas narinas. O pomar de laranja-bahia, onde ficava o mangueirão dos porcos e três enormes pés de jabuticaba; onde saltava de um para o outro sem medo.
À noite ouvir a novela Jerônimo, o Herói do sertão, em um grande rádio de pilhas. Pilha que parecia maior que o próprio rádio e que, depois de usada servia para fazer grandes canecos.
Muitas lembranças e boa saudade... a figura de duas crianças atravessando uma ponte de madeira, suspensa por cordas, com tábuas quebradas e a figura de um lindo anjo a protegê-las, fixado na parede do quarto em que eu dormia. Esse é meu anjo, o anjo de minha infância.
Anjo que sempre me protegia e ainda protege.

PORTO

PORTO
Aparecido Donizetti Hernandez


Seus olhos choram,
Por que choram?
Há motivos tristes
Ou choram de felicidade...
Querem vê-la sofrer!

Quero nossa felicidade,
A felicidade de poder saber que me amas.
A sua felicidade de saber que nada afetará nosso amor,
Nem mesmo as mais fúteis e sorrateiras meias verdades,
E a mais pura mentira.
Há os que vivem de intrigas,
Não querem que nosso amor navegue no doce remanso,
Criam falsas tempestades e violentos vendavais.

Nas águas calmas e no doce sopro dos ventos da vida,
Navegaremos com nossas velas abertas
Rumo à tranquilidade, procurando o porto da felicidade.

Nas tempestades da vida, reais ou fictícias, recolheremos as velas,
Não fugindo da tempestade mas controlando o leme e os nossos caminhos,
Contornando a tempestade rumo ao porto de nossa felicidade...
Onde nossa alma é habitada pelo amor verdadeiro,
- Não haverá quem nos separe em nosso porto da felicidade -

VENENO

VENENO
Aparecido Donizetti Hernandez


Nos devaneios que tenho sinto você,
Como poderia deixar a vida!
Se a existência somente tem sentido com Você!
Tenho o direito de ter as idéias mais insanas,
Tenho o direito...

Tenho a necessidade de aventuras,
de pensamentos fortes, criados no imaginário
e complexo sentimento humano
Forte pensamento e insano, que me dá voraz apetite

Delírio loucos que me conduzem à vida,
Vida insana que em seus beijos sinto o
Gosto de veneno, ah! como gosto
Deste veneno que lentamente
Me traz e me leva a vida...

QUE NÃO CHEGUE O OUTONO EM NOSSA AMIZADE

QUE NÃO CHEGUE O OUTONO EM NOSSA AMIZADE
Aparecido Donizetti Hernandez


O outono leva as folhas,
O tempo e intempéries levam alguns galhos,
Mas as raízes, o tronco, ficam firmes.

Novas folhas nascem e também vão embora
Ao menor vendaval e ao tempo.
As raízes, o tronco, ficam firmes.

Novas folhas nascem, mas vão embora.
As raízes firmes mantêm o tronco firme!
Que nossa amizade seja como o tronco
De raízes vigorosas;
E não como galhos e folhas passageiras.

O FOGO NÃO QUEIMA A ALMA

O FOGO NÃO QUEIMA A ALMA
Aparecido Donizetti Hernandez


Fogo que forja metais,
Que queimastes minha pele,
Deixando meu invólucro vulnerável,

Fogo que de forma inesperada,
Engruvinhastes minha pele,
Minha mão!

Fogo que tentastes queimar meus sonhos,
Tentastes queimar meus amores,
Que afastastes amigos.

Fogo, que forja metais,
Seu poder é grande,

Fazes derreter até o mais duro metal,
Tentastes com sua força
Derreter meu Coração,

Queimar minha alma,
Mas a alma o fogo não queima,

Se foi por amor ou por teimosia,
Por pura raiva ou abnegação,
Somente sei que superei as marcas
Que deixastes em meu corpo,
Por que minha alma jamais atingistes!

domingo, 1 de agosto de 2010

PREDESTINADOS

PREDESTINADOS
Aparecido Donizetti Hernandez


Em todos os tempos,
Em todas as vidas,
Sempre a procuro...
Mas por que?


Quando a encontro não somos simplismente felizes...
Encontras motivos, às vezes, quase fúteis para tentar romper nosso amor.
Tentas por quê?
Já que eu sei e tu sabes,
Que não somos completos um sem o outro!
Não adianta tentarmos ficar separados,
Estamos predestinados...
Talvez a ficarmos separados
Oxalá ... juntos!


Tentas me seduzir e eu a ti,
Chama-me, e me mandas embora...
Tento ir... mas fico,
Fico a esperar os desígnios de nosso amor,
Mesmo que ele seja uma breve silueta,
Como o Sol quando pode estar junto à Lua.


No crespúsculo, chamando-a para ver o rosa,
Que deixa no céu...
No céu que ilumina meus caminhos...

BALÉ DA MORTE

BALÉ DA MORTE
Aparecido Donizetti Hernandez


Ensandecido pelo sofrimento
Lá vem o Touro...
Chifres ponteagudos, porte esbelto.
Lá vem o toureiro com suas vestes agarradas ao corpo,
Postura erecta e com movimentos suaves
Sacode sua capa vermelha ao vento...
Com a capa e seus movimentos de corpo, o toureiro dança seu balé...
O balé da morte e do sofrimento!