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sábado, 25 de dezembro de 2010

LUAR DA MADRUGADA

LUAR DA MADRUGADA
Aparecido Donizetti Hernandez

Hoje... Já é madrugada,
Ela não aparece
Co'a minha viola
Pra cantar nessa noite enluarada
Os versos que fiz pr'ela
Bem antes da alvorada.

quinta-feira, 16 de dezembro de 2010

AUSÊNCIA DE OUTRORA

AUSÊNCIA DE OUTRORA
Aparecido Donizetti Hernandez


Caminho pela estrada de areão...
Estrada de fofa areia branca.
Olho as suas margens...
Não vejo mais as verdes matas que a circundavam...
Matas que havia na minha infância.

Caminho pela estrada de areão...
Nas suas margens não vejo mais os cafezais
Que a circundavam na minha adolescência.

Vejo em suas margens o verde,
Mas não mais o verde das matas
E dos cafezais com brancas flores.
Hoje, somente vejo o verde do canavial,
O vermelho de suas chamas
e o negro de sua fuligem.

Minha estrada de areão branca e fofa continua aqui...
Mas não mais feliz...
- Falta as matas e as flores brancas do cafezal -

quarta-feira, 8 de dezembro de 2010

TERRA MOLHADA

TERRA MOLHADA
Aparecido Donizetti Hernandez


Olho d'água que aflora as puras águas do aquífero Guarani,
Olho d'água que em solo argiloso levanta pura areia branca,
Trazendo a pureza das águas nessa fonte de pureza.
Minhas sujas e suadas vestes são lavadas sobre a tábua lisa...
Tábua lisa onde escorre a terra vermelha com meu suor
Levados novamente ao aquífero Guarani.
Verei essas águas novamente purificando a terra que é meu jardim.

VOOS RASANTES

VOOS RASANTES
Aparecido Donizetti Hernandez


Notívago como a coruja
Que dorme o dia com olhos abertos e atentos
E à noite sai a procurar...
- Voos rasantes da ave de rapina que procura à noite ...

Vivo na noite, não na boemia à procura de ti, de bar em bar,
Vivo na noite sempre à espreita de te encontrar...
Te encontrar nas madrugadas iluminadas de minha tela,
Ver-te ao longe na proximidade da luz que te projeta...
Luz que transforma a distância em proximidade
De te ver e não poder te tocar.

Boêmia noite que me embriaga com seu sorriso e seu olhar,
Viajo à noite em voos rasantes na imaginação de te tocar,
Me embriagando de seu sorriso e de seu olhar.

Vem o sol a iluminar ofuscando a luz que te projeta,
Te levando de novo à distância
Que somente a noite em notívaga boemia
Trará de novo seu olhar

segunda-feira, 6 de dezembro de 2010

BRISA DE AMOR

BRISA DE AMOR
Aparecido Donizetti Hernandez


Coração trancado, um castelo inexpugnável,
Não permitindo a entrada do amor.
Coração de janelas serradas - sem sol sem brisa.
"Feliz" coração na dor, sem amor.

Abri a janela do meu coração,
E como suave brisa você adentrou,
Transformando-se em furacão
E agitando todo meu corpo se instalou.

sábado, 4 de dezembro de 2010

ESCOLHAS

ESCOLHAS
Aparecido Donizetti Hernandez


Escolho o céu estrelado e iluminado pela lua,
Invés à escuridão da noite.

Escolho o seu sorriso, quero seus beijos,
Invés à solidão e à saudade.

Escolho a incerteza de tê-la para sempre,
Invés à certeza de nunca tê-la.

Escolho teu possessivo ciúme,
Invés à tua indiferença.

Escolho minha intranquilidade junto a ti,
Invés à tranquilidade acomodada que senti sem ti.

Escolho ver as estrelas no infinito sem poder tocá-las,
Invés à escuridão do firmamento sem elas.

Escolho as atribulações da vida em busca da paz,
Invés à vida sem procuras.

Te escolho!

SEMPRE EM MIM

SEMPRE EM MIM
Aparecido Donizetti Hernandez


Encontro inevitável o destino nos preparou,
Encontro de vidas separadas pela distância...
Distância intransponível do compromisso
E da responsabilidade da vida.
Sentirei falta de seus afagos,
De suas meigas e carinhosas palavras...
- Palavras que ouvia e afagos que recebia por telepatia -
Sua voz irei sempre ouvir,
Sussurrando e ecoando em meus ouvidos.
Seus afagos irei guardar em minha mente,
E minha pele sempre manterá seus suaves toques.
Minhas narinas manterá seu perfume.
No coração, guardarei saudades suas;
Na lembrança, seu sorriso.

quarta-feira, 1 de dezembro de 2010

SONHOS

SONHOS
Aparecido Donizetti Hernandez

Os sonhos são para nos reconfortar... para nos ensinar,
Viaje nesses sonhos onde nossa alma deixa o corpo...
Deixa o corpo rumo ao paraíso para encontrar a paz.

Seus sonhos são para reconfortar-te... não para sofreres,
Sonhe com a paz do paraíso...
encontre a sua paz interior nos seus dias
Para que o sonho seja o real da felicidade
Que encontrastes no paraíso de nossos sonhos.

sábado, 20 de novembro de 2010

APENAS UM

APENAS UM
Aparecido Donizetti Hernandez


Não, não...
Não fique longe de mim,
Não deixes esse corpo longe do meu...
Não deixes que sofra com sua ausência...
Prefiro os sonhos na sua presença.

Não, não...
Não deixes que seus sonhos fiquem longe dos meus,
Não permita que fique sem a esperança de ter você
Lado a lado em meus dias,
Que quando sonhar dormindo juntos nos sonhos,
Saiba que estarás ao meu lado quando acordar.

Não, não...
Não deixes que meus sonhos somente sonhos sejam,
Fique ao meu lado, junto a mim, corpo colado ao corpo,
Levando nossos sonhos de sermos mais que dois,
E juntos sejamos apenas um.

terça-feira, 16 de novembro de 2010

IMPONDERÁVEL ALVO

IMPONDERÁVEL ALVO
Aparecido Donizetti Hernandez


Quando as flechas são arremessadas do arco tem um destino certo,
Como certa é a certeza que tenho de que nosso encontro foi o alvo dessa flecha...
Flecha inflexível do destino flexível,
Imponderável como a vida.

Inflexível como a expansão constante do Universo,
Que infinitamente se expande...
Cria e recriar astros em frenética procura da perfeição,
Perfeição da vida onde muitas vidas podem existir,
Deixando em nosso coração a certeza da infinita expansão do amor,
Imponderável como a vida que se cria e recria.

domingo, 14 de novembro de 2010

REMANSO DA SAUDADE

REMANSO DA SAUDADE
Aparecido Donizetti Hernandez


Aprendendo a nadar,
O corpo leve flutuando n´água...
Flutuava na superfície da água
Com ajuda de duas porungas.
...Insistência no aprender nadar
Com as boias feitas artesanalmente.

Ansiava a chegada do sábado
Para tomar banho no remanso do ribeirão,
Onde era levado pelos tios
- Que se divertiam, deixando as amarras das porungas soltas - .
Amarras soltas, soltavam-se as porungas
E lá ia o corpo não mais na superfície.

Doce sábado ensolarado a aprender a nadar
No remanso das águas calmas do ribeirão.
Lembranças das matas que circundavam suas margens
Deixando frias suas águas
... Mesmo com o Sol escaldante do meu interior.

Flutuo hoje com as meigas lembranças da bela infância,
Flutuo hoje com as imagens gravadas
Na retina coberta de lágrimas
Da boa saudade das suaves águas do ribeirão.

MENINA MULHER

MENINA MULHER
Aparecido Donizetti Hernandez


Nunca esqueça que a vida pode parecer ingrata...
- Ingrata a vida não é -
Ela ainda me permite vê-la no fim de tarde.

O tempo não volta - mas pode ser reconstruído...
Reconstruído como antigamente
Toda vez que encontro seus olhos ingênuos de menina...

Ingênuos olhos que esconde a tristeza do que teve e partiu...
Partiu para reencontrar os teus sentimentos
No doce olhar que acompanha
Esse rosto meigo de mulher que me encanta,
Desde que te conheci menina.

Rosto de menina que me traz a tranquilidade
De poder te ver caminhando pela ruas de paralelepípedo,
De sandália às mãos
Com seu jeito de menina... com triste olhar de mulher.



FOLHA AO VENTO

FOLHA AO VENTO
Aparecido Donizetti Hernandez


Na escuridão do Universo
A Luz se faz na grande explosão da imensidão.
Expande a Luz irradiando por todo o Universo
Surgindo as estrelas e os planetas.

Na escuridão de nossa solidão
Grande explosão de sentimentos,
Surgindo a Luz do encontro da felicidade
Na simplicidade da folha que cai suavemente ao vento.

Na suavidade e simplicidade
Dos nossos sentimentos da Luz desse momento,
Onde a folha que cai ao vento
Nos conduz sempre ao encontro do amor, que é o nosso alimento,

Como a folha que vai ao vento...
Que servirá de alimento p'ra Terra ser o fermento
Que faz crescer os sentimentos.

Suavemente cai a folha ao vento
Trazendo junto nossos sentimentos
Na Luz dos nossos momentos.
Suave explosão de amor que nos ilumina
Como ilumina o Universo
Que expande em todo momento os nossos sentimentos.

SUA LEVEZA

SUA LEVEZA
Aparecido Donizetti Hernandez


De alma limpa,
De peito aberto,
Encontro os desígnios da vida.
A vida encontra-se na profundeza da alma!
Na alma
O reencontro da vida...

O mesmo mar - dois continentes.
Fizestes o caminho inverso,
Não o caminho do descobrimento...
O caminho do redescobrimento.

Deixastes as águas de Iara,
Para seguir os caminhos de “Caminha”,
Encontrastes na fonte,“Camões”,
Vistes “Pessoa” em pessoa.

Deleita-se do berço de nossa Pátria
Vive com a paina, linda e suave, que a brisa transporta nos ares.
Conduzida pelo caminho,
Fazendo e refazendo versos que saem de sua alma,
E produzindo os versos que saem de minha alma.




SORAIA

SORAIA
Aparecido Donizetti Hernandez

Brilhos em seus olhos,
Rubra sua pele.
Imponente mulher,
Mágica e sedutora
Amiga.

Sorri com os lábios, com o meigo
Olhar.
Rara magia de
Amor.
Inspiradora de minhas
Angústias e paixões.

sexta-feira, 12 de novembro de 2010

SONHOS DE NINAR

SONHOS DE NINAR
Aparecido Donizetti Hernandez

Grande varanda de grandes pilastras margeadas por espessas paredes,
Enorme mesa onde reuníamos a família no fim de tarde,
Embalava seu berço na brisa suave,
Brisa suave a soprar para embalar os sonhos de meus pensamentos.

PROFECIA

PROFECIA
Aparecido Donizetti Hernandez

Fostes anunciado em profecias
Que por séculos e séculos foram relatadas...
De boca em boca proferidas e por muitos ansiada.
Vários povos de muitas culturas
Lhe aguardaram para ser o Redentor dos pecados
E aliviar as angústias.

Profecias que com minúcias descreviam suas origens humanas
E Vossa Divina concepção na esperança de Vossa chegada.
Anunciavam a Redenção com Vossa vinda,
Chegastes e chegastes rejeitado, ainda, no ventre
Por seu pai que iria criar-te,
Mas a tempo reconheceu a importância de Vossa vinda.

Chegastes e dos que te esperavam
Muitos não te reconheceram e não te aceitaram,
Mesmo vindo acompanhado do anúncio de Anjos
E na companhia de uma Estrela.

Os anjos têm várias formas e meios de anunciarem as Boas Novas,
Que nem sempre são captadas pela frágil percepção humana.
Viestes para cumprir uma Missão e ela se cumpriu...
Desde Vosso nascimento até Vossa partida para o reencontro com o Pai,
Deixando-nos a certeza de Contigo encontrar.

CONTINENTES

CONTINENTES
Aparecido Donizetti Hernandez

A humanidade precisa dos anjos,
Encontrei os meus nas mensagens de novas tecnologias,
Nunca imaginei que os anjos
As utilizassem para interagir com nós mortais,
Anjos que sempre respondem aos apelos imaginativos
Do amor e da amizade entre os Homens!

domingo, 31 de outubro de 2010

SEMENTE

SEMENTE
Aparecido Donizetti Hernandez


Depois da chuva, úmida e suave, a brisa sopra,
Pássaros saem a cantar,
Aleluias forram o céu a voar,
Pássaros a se alimentar.

Depois da chuva, saio à rua p'ra te ver passar,
Olhando o céu...
Vendo os pássaros se alimentarem,
As aleluias a voar...

Depois da chuva, te vendo passar
Com a semente do amar,
Como os pássaros a se alimentar,
As aleluias a voar...

ANJOS DO SENHOR

ANJOS DO SENHOR
Aparecido Donizetti Hernandez


Os anjos do Senhor formam legiões,
Legiões que combatem o mau.
Anjos que instruíram os profetas para escreverem as Sagradas Escrituras,
Anjos que conduziram o povo Hebreu da escravidão da África egípcia
Ao retorno à Terra Prometida.
Anjos do Senhor em legiões conduziram Moisés e seu povo,
Anjos do Senhor que dividiram as Doze tribos de Judá e Israel,
Para a Glorificação do Reino do Senhor!
Anjos do Senhor que impediram a construção da Torre de Babel,
Criando múltiplos idiomas, o Homem está a serviço do Senhor!
Anjos, Arcanjos e Querubins formam as legiões do Senhor,
Em seu Nome orientam e instruem os Homens.
Anjos do Senhor que trouxeram boas novas a Maria e convenceram José,
Que Emmanuel estava por vir do ventre de Maria,
Concebido pelo Espírito Santo e chamar-se-ia Jesus, o Cristo!
Anjos do Senhor que conduziram Maria e José ao exílio,
E na manjedoura embalaram os primeiros suspiros do Salvador.
Mudaram os destinos da Humanidade, trazendo Deus feito Homem,
Para pregar o carinho, o amor, a compreensão e a tolerância entre os homens.
Anjos do Senhor que inspiram os poetas e a sensibilidade humana,
Anjos do Senhor, em legiões, protejam nós de nós mesmos...

terça-feira, 19 de outubro de 2010

CONSPIRAÇÃO

CONSPIRAÇÃO
Aparecido Donizetti Hernandez


Conspira o tempo contra mim?...
- Não há conspiração - tudo acontece a seu tempo...
É tempo de esperanças... e não de imaginar conspirações.
O amor acontece naturalmente,
Ele não conspira... acontece, sem inspiração ou conspiração,
Ele vem sem dizer... instala-se, fazendo mover o nosso coração.

No corpo calafrios de emoção... sufocando a respiração,
O tempo não conspira - ele vem na hora certa - mesmo que achamos incerta.
O amor chega... os sentidos se excitam.
Os poros transpiram mesmo na imaginação
De ver seu rosto nas nuvens de minhas ilusões.

domingo, 17 de outubro de 2010

AMOR OCULTO

AMOR OCULTO
Aparecido Donizetti Hernandez


Quanto te esperei... quanto te esperei!...
Não viestes..., onde estavas?
Não respondas, eu sei...
Estavas junto aos anjos.

Te esperei... e quanto te esperei!...
Não perguntarei onde estavas,
Pois sei, estavas junto aos anjos
Esperando a hora de vires,
Mas será que é essa a hora?!
Quanto te esperei!... esperei...

Somente agora os anjos a deixas vir,
Deixarás os céus com anjos tristonhos
E me fará feliz!

sexta-feira, 15 de outubro de 2010

NA PONTA DO LÁPIS

NA PONTA DO LÁPIS
Aparecido Donizetti Hernandez


Com suas mãos em minhas mãos
Desenhei as primeiras letras,
Construí as primeiras palavras,
Fiz os primeiros desenhos,
Aprendi o alfabeto,
Iniciei na gramática,
Contigo aprendi matemática,
Aprendendo a somar e a dividir os números.

Contigo conheci deuses e semideuses
Que moraram no Monte Olímpo,
Passiei em cavalos alados...

Contigo aprendi a conhecer os relevos,
As montanhas e o planalto,
A ver as estrelas e os planetas.
Aprendi o que é o nível do mar,
O que está acima do nível do mar,
Conheci a história da humanidade,
A passada e a contemporânea.

Com suas mãos a gesticular me fez pensar...
Conhecer o folclore:
Curupira, Negrinho do Pastoreiro e Salamanca do Jarau.
Contigo, a me fazer pensar, abriu-me o mundo
Nos livros que me fizestes ler, reler e sintetizar.
Contigo, nosso mundo está nas mãos
E tu os transporta ao nosso cérebro
.
Não te esqueço com suas mãos em minhas mãos,
E na ponta do lápis me ensinastes a escrever e a ler
As primeiras letras desenhadas
E as primeiras palavras construídas
Que abriu-me o mundo...
Meus Mestres!

sábado, 9 de outubro de 2010

MEU SILÊNCIO

MEU SILÊNCIO
Aparecido Donizetti Hernandez


Em meu profundo silêncio estou pensando em ti,
Vendo-a sonolenta na cadeira,
Imagino se estás sonhando...
Sonhando com o que?...

Nesta viagem de sonho,
De seus sonhos,
Onde me encontro,
Imagino estar em seus sonhos,
Nesse túnel do tempo
Transportando a ti para longe...
Longe do meu silêncio.

Silêncio que faço
Em meus tortuosos pensamentos
Que me transporta para perto de ti,
Tentando encontrar-te nos meus sonhos,
E estar em seus sonhos...

SUAVE AMOR

SUAVE AMOR
Aparecido Donizetti Hernandez


Levemente instalastes nos rumos da vida,
Instantaneamente como a
Lua que surge quando o Sol se põe.
Impulsivamente como acontece o
Amor, em um segundo como o vento leva às
Nuvens.

Ruidosamente como o vendaval, você me
Enloquece, tirando de mim os
Gemidos da minha
Intranquila dor, levando-me a
Navegar nas
Águas tranquilas do amor...

Amor de tranquilo ardor,onde
Navego
Diuturnamente meus sonhos
Rudes de angústias de nosso
Amor.
Dilacerando o meu coração, mantendo a
Esperança de viver sem dor.

sexta-feira, 1 de outubro de 2010

OVOS DE ANU

OVOS DE ANU
Aparecido Donizetti Hernandez
- Prosa -

A vida no interior era boa e, ao mesmo tempo, dura: boa para a infância, onde o menino brincava com seu carro de boi feito de lata de sardinha em conserva, onde fazia dois furos, passava barbante, com gravetos furava duas pequenas laranjas ou limões sicilianos e atrelava sua junta ao seu carro de boi feito de metal.
- Deitado ao chão puxava de lá para cá seu carro de boi cheio de gravetos imitando o que via no original. Esvaziava e enchia de novo... assim passava horas e horas sob a sombra do pé de carambola, onde o chão era de areia tão fina e branca que parecia talco -
Ao mesmo tempo em que fazia sua lida imaginária olhava as jabuticabeiras em flor, a grande árvore de manga-espada florida, ouvia o cantar do canário-da-terra... ao longe chamava a atenção um bando de anus; e o menino quando não estava na lida com seu carro de boi, ia visitar os enormes ninhos e recolher seus ovos brancos que colocados às mãos ficavam azulados.
Como poderia o menino resistir em tê-los às mãos?
Com mãos habilidosas nona Amélia fazia colares: com agulha fazia dois furos nas extremidades dos ovos, com jeito e paciência para não quebrá-los, retirava clara e gema, passava linha por entre os ovos, um a um, e estava pronto o colar azul para enfeitar o pescoço do menino.
Enquanto brincava, ora de carro de boi, ora procurando ninho de canário-da-terra, acompanhando o botar dos ovos, acompanhando passo a passo o nascer de novos canários e seu desenvolvimento... às vezes, na companhia de um enorme cão chamado Gavião.
Na primavera, com as jabuticabeiras, o pé de carambola e o cafezal em flores também floresciam os capitães num lindo jardim reservado somente a eles - era o xodó de nona Amélia - , onde borboletas multi-coloridas passeavam... mas menino é menino e lá se ia de peneira às mãos caçá-las e amassar as flores de Capitão.
A brincadeira de caçar borboletas era a brincadeira condenada: nona Amélia ralhava com o rior fazerem isso - ,
Mas, o que o menino mais gostava, além de brincar com seu carro de boi sob a sombra do pé de carambolas, era recolher, nos grandes ninhos, os ovos brancos de anus pela beleza de vê-lomenino para sair do canteiro e soltar as borboletas; ele atendia, mas cinco minutos depois, lá estava ele de novo a caçar.
Menino é menino!
O menino gostava de fazer e armar arapuca, que servia para caçar especialmente pombas do mato - naquela época era normal crianças do intes ficar azul e ver nona Amélia fazer colar. E lá se foi o menino em mais uma aventura, a subir numa enorme jabuticabeira para apanhar os ovos: os anus "grunhiam" brabos, pressentiam que boa coisa não iria acontecer. - A enorme jabuticabeira formada por dois galhos principais saindo do tronco em forma de ypsilon -. Quando o menino estava a, mais ou menos, vinte centímetros do primeiro ninho, com seu pequeno braço agarrado ao tronco, não viu a pequena taturana ao lado oposto do galho, tal como a proteger os futuros filhotes de anus, “queimando” seu braço.
Menino é menino!
E aos berros, o menino clamava por nona Amélia, que com sua sapiência agarrou a taturana matando-a, esfregando suas "tripas" ao pequeno braço do menino... e como que um bálsamo a dor se foi como um toque de magia.
Depois dessa experiência, nunca mais o menino foi pegar ovos de anus, nunca mais teve colares coloridos com os ovos azulados.
Mas... menino é menino!

terça-feira, 28 de setembro de 2010

SACO DE FARINHA


SACO DE FARINHA
Aparecido Donizetti Hernandez

Camisa branca feita de saco de farinha alvejado...quarado,
Embornal do mesmo pano a tira-colo,
Lá se vai o menino a caminho da escolinha da vila
Caminhando na estrada de areião com seus sonhos...
Sonhos de não precisar ir a escola com tal traje,
Que para ele era ultraje.

Lá vai o menino na estrada de areião,
Perseguindo em sua mente sem saber de seu destino,
Tracejando a estrada na espera de nada.

Lá vai o menino com seus sonhos de ter e querer
Seus planos de preferir andar à cavalo,
Caçar passarinho no ninho...
Do que ir à escola com sua camisa branca de saco de farinha,
Preferia o embornal cheio de pelotas de macaúva
Em vez do "Caminho Suave".

Lá vai o menino de dedos abertos
Repletos de bicho de pé na estrada de areião,
Com sulcos profundos feitos da roda do carro de boi...
Que ele preferia ouvir o ranjer,
Do que os ensinamentos escolares,
Lá vai o menino, com seus sonhos...




terça-feira, 21 de setembro de 2010

INGRATIDÃO

INGRATIDÃO
Aparecido Donizetti Hernandez


Não convivas com a ingratidão,
Se fizeres sempre algo
Para ajudar a outrem
Não espere o reconhecimento de seus atos,
Sejas altruísta, isso a ti sempre contará...

Não esperes a gratidão
Como reconhecimento de tais atos,
Espere, somente, que a ti
Seus atos o deixará em Paz.

Se a ingratidão for a única resposta a seus atos,
Entenda que há os sugadores da benevolência alheia,
Que somente aos ingratos faz mal
Não lhes dando a Paz que tu encontras
Em seus atos de benevolência e amor.
Tu que pregas a Paz,
Pratique-a em todos os seus grandes e pequenos atos.

domingo, 19 de setembro de 2010

A "ARCAH" DO TEMPO

A “ARCAH” DO TEMPO
Aparecido Donizetti Hernandez
- Conto -

Conheci Hanna nas viagens pela "nau" da internet. E quantas coincidências: tínhamos os mesmos sentimentos; cruzamos, sem saber, as mesmas esperanças de viajarmos no tempo.
Na verdade, imaginávamos mesmo antes de nos conhecermos, termos estado em outros lugares, em outros momentos, onde corríamos juntos aos campos de girassóis da antiga Rússia dos Czares.
Imaginávamos antes mesmo de nos conhecermos ter caminhado na gélida retirada das tropas de Napoleão.
Tínhamos combatido a invasão dos Cristãos contra os Mouros, dançado sob o som de violinos nos acampamentos ciganos, divertido-nos em nossa tenda.
Viajamos juntos às profundezas, onde nos conhecemos ainda na formação da Terra, vindo de outra Galáxia nas curvas do tempo.
Caminhamos na tênue linha que separa a loucura da razão, enfrentamos juntos a incompreensão de estarmos em outro tempo... e estivemos juntos na fogueira da Inquisição.
Nessas viagens cavalgamos junto com Zeus em unicórnios alados, mas nunca estivemos nas festas de Baco.
Mas, nem em todas as viagens estava eu e Hanna, ela sempre foi mais propensa à viagens furtivas para conhecer outros tempos: esteve ao Templo do Rei Salomão, caminhou ao leito do Mar Vermelho, deu conselho à Moisés e sentiu o calor da ira de Deus.
Onde estava eu enquanto Hanna viajava pelo tempo?
Quando Hanna viajava sem mim, ficava preso numa gaiola dourada, como uma harpia encantada.
Essas viagens que, ainda, "arcah" em meus pensamentos, transmutando os sentimentos de continuarmos juntos às viagens no tempo. Estando juntos quase todo tempo, Transportamos as primeiras pedras à construção de Machu Picchu; vimos as virgens serem jogadas ao sacrifício.
Estávamos eu e Hanna às celebrações Incas; tomamos chocolate em taça de ouro; reverenciamos o deus Sol e cultivamos no Oriente.
Vimos Genghis Khan ser coroado imperador, participamos de seu glorioso Império e vimos sua decadência.
Viajando na relatividade do tempo, estávamos a ver as nebulosas na Via Láctea a se formarem; estivemos em Alpha Centauro e nunca nos perdemos no espaço.
Vimos juntos os anéis de Saturno se formar e planetas desaparecerem, engolidos pelos buracos negros.
Encontramos outros seres em estado evolutivo, mais adiantados que os Homens que controlam o tempo... Tempo que num só momento transporta todos os nossos sentimentos transmutando nosso corpo pelo universo. - Tempo que nunca mais me deixas trancado numa gaiola enquanto tu viajas só pelo tempo - onde eu e Hanna num só pensamento nos transportamos às viagens que somente o pensamento pode controlar o tempo, que na sua relatividade construímos nosso conhecimento da força desse momento, que cruzamos os nossos momentos nessa linha da viagem que faremos amanhã na construção do nosso tempo.

RELVA

RELVA
Aparecido Donizetti Hernandez

Relva molhada de sereno...
Ao raiar do dia caminho pela estrada de areião,
Conduzindo meu carro de boi
Com suas rodas rangendo, como que anunciando minha chegada...

Relva molhada... molhada como meu rosto
Em lágrimas que correm
Ao lembrar de minhas andanças conduzindo a boiada
Pelas terras vermelhas que levantavam poeira encobrindo a boiada.

Relva molhada... como meu rosto que queima
Na doce lembraça das festas nas pousadas,
Em ver nas vilas as moças nas janelas
Espiando nossa chegada, sofrendo em nossa partida...
Em suspirar, que faziam o mugir dos bois
Serem encobertos em nossa passada...
Na chegada e na partida.

Relva molhada de sereno...
Que faz lembrar as lágrimas de quem parte e de quem fica,
Nas lembranças que doem, mas purifica essa alma de caboclo
Que hoje somente nas histórias e nas lendas se dignifica.

INSEGURANÇA

INSEGURANÇA
Aparecido Donizetti Hernandez

A saudade me sufoca,
Que amor é esse que não consigo conter?...
Conter a angústia de não poder tocar-te,
Imaginar que podes não estar sentindo a falta que sinto,
De ter seus cabelos entre meus dedos...
Que amor é esse que o destino faz nossos corpos
Manterem equidistância e, ao mesmo tempo, nossas almas juntas?...
Que nos impedem de colarmos um ao outro,
Que me dá a sensação de que não me queres como te quero...
Será que me queres como te quero?
Mantém-me sempre na insegurança...
Será que o amor é ter a insegurança
Ou será que manter a insegurança é que assegura o amor?...
Esse amor distante quer nos juntar a todo instante
Na eterna falta que sinto de ti a todo instante
Na minha perene insegurança...

ORVALHO

ORVALHO
Aparecido Donizetti Hernandez

Nessa noite fria que te espero
Vem a esperança de te ver como antes,
Como antes de perderes a ingenuidade...
Nessa noite fria cai o orvalho
Esbranquiçando os campos,
Campos que quando raiar o Sol
Refletirá a luz em suas gotículas,
E verei em cada uma seu rosto a refletir a saudade,
A saudade dos tempos que corríamos
À procura de uma vida sem dissabores...
Onde reencontrarei aquela antiga ingenuidade que tínhamos,
Como se os campos eram o nosso mundo,
Mundo que deixamos o Sol queimar, como queima as folhas
Molhadas do orvalho que o sereno deixou...

NO PRINCÍPIO

NO PRINCÍPIO
Aparecido Donizetti Hernandez

No princípio eram somente Adão e Eva...
Saíram do Paraíso – deixando-o para trás...
Vieram à benção Abel e Caim.
Mesmo com o castigo de não permanecerem mais ao Paraíso
Eva foi recompensada com filhos.
“Mãe é padecer no Paraíso”;
Mãe é estar feliz na saudade;
Mãe é estar junto compreendendo o incompreensível;
É tolerar o intolerável;
Chorar na chegada, sofrer na partida...
É pressentir o futuro no presente;
Encontrar razões no irrazoável;
Com amor imensurável.

sábado, 11 de setembro de 2010

DESTERRO

DESTERRO
Aparecido Donizetti Hernandez

Nuvem de desespero nesse desterro
Onde não molho meus pés
Nas águas do mar de minha terra.

Não vejo mais as serras...
Desterro que tirastes de mim
A beleza de ver meus amores
Ensejados na lavra do ouro
Que corre junto co'a areia
Na corrente das águas...

Desterro que não permite mais
Ver as casas de Vila Rica,
Minha Igreja
E a beira dos córregos repleta de gente
Em busca de riquezas...
Em esperança de deixar essa terra
Que hoje sem ver as serras, sei que jamais a deixaria!

Desterro que hoje somente savanas vejo
Com sua fauna que nada lembra minhas matas
E onde não há capivara e lobo-guará.

Morrerei sem revê-la,
Mas um dia meu corpo voltará a tocá-la,
Mesmo que seja sem vida
- Lá não serei esquecido, por lá ter nascido! -

Hoje meu corpo vaga pelas savanas,
Meus pensamentos vagam pelas serras da minha terra,
Donde os rios em seu leito
Carregam o ouro amarelo como o sol que queima essa terra.

sexta-feira, 10 de setembro de 2010

NÉCTAR DE AMOR

NÉCTAR DE AMOR
Aparecido Donizetti Hernandez

Transformações que a vida nos impõe:
Transformações de corpo e alma.
Quero beber do néctar de seu corpo como os beija-flores
Que mesmo bebendo de outras flores,
Sempre voltam à mesma flor que sacia sua sede de néctar,
Néctar que lhe dá energia
Para manter seu coração num turbilhão de batidas,
Seu coração impulsivo...

Bebendo em outras flores
Não é a mesma energia que transforma meu coração,
Meu corpo e minha alma
Necessitam sempre ver seu corpo transpirando o puro néctar
De energia da imaginação e das inspirações
Que me conduzem a sonhos...
Indescritíveis sonhos nesse ir e vir à sua procura.

Necessidade constante de te ter um instante,
Instante que sacia a sede de energia
Que o néctar de seu corpo leva-me a sonhos reais e inimagináveis
Que somente o ardor e o cheiro dessa flor possui em todo o universo,
Transformando meu corpo e minha alma em refém desse amor...

BUSCA DA FELICIDADE

BUSCA DA FELICIDADE
Aparecido Donizetti Hernandez

Buscamos a felicidade...
Qual felicidade?
A felicidade que está relacionada ao que os outros vêem,
Ou a felicidade de encontrarmos a paz interior?!
Onde o que importa é o que interiormente sentimos e os outros não vêem...

Qual o sentido da felicidade?...
São os amores, as dores, as algemas que criamos em nós mesmos
Atribuindo a outrem nossas decepções e angústias...
O que é a felicidade?!
É estarmos em paz
Ou os outros acharem que estamos em paz?...

A felicidade é a busca constante do aperfeiçoamento dos amores,
A realização da sua própria divindade
É conseguir não sucumbir às pequenas e grandes tentações...
Tentações de encontrar a felicidade na infelicidade de vossos irmãos.
Não podes esquecer que Deus fez de seu filho Homem,
Que tentações teve, e usando de seu livre arbítrio, conseguiu não sucumbí-las.

A felicidade está dentro de ti,
Onde vossa realização somente é possível dentro da realização maior,
É a realização de sua paz, da minha paz, de nossa paz,
Que se encontra dentro de ti, dentro de mim, dentro de nós...
Estamos em paz!

ABANDONO

ABANDONO
Aparecido Donizetti Hernandez

Recebestes dons - cada qual tem o seu -
Mas o seu dom foi especial,
Fostes preparadas para defender
Os mais frágeis...
Frágeis de espírito, frágeis materialmente.

Fostes te dado privilégios
Para lhes defenderes,
Mas conseguistes esquecê-los.
Esquecestes todos os dias...
Mas também os esquecestes em seu dia.
Preferistes os privilégios,
Os privilégios das volúpias,
E não os privilégios do amor.

TURBILHÃO

TURBILHÃO
Aparecido Donizetti Hernandez

Deus criou as estrelas,
Fez as constelações, iluminando o escuro céu,
Criou as galáxias...
E numa delas nos colocou num pequenino planeta azul,
Iluminado por uma estrela chamada Sol,
Criou também um satélite que demos o nome de Lua.
Criou os Homens para se amarem
Nas distâncias físicas dos grandes "minúsculos" continentes
E nas distâncias internas da finita compreensão humana...

Céu estrelado e Lua que iluminam as noites
E encantam os enamorados,
Desperta paixões que cruzam a minha incompreensão das razões
Que deixas minha mente escura,
Meu coração angustiado e aflito
Quando o brilho de seus olhos não vem iluminar minha vida,
Como a lua nas noites escuras,
E seus beijos não mais me aquecem como o Sol aquece a Terra,

Que falta me faz o turbilhão que sua presença provoca,
Como a Lua, quando sacode o mar, cria as marés em revolto,
Mar de águas verdes e cristalinas,
Que atingindo os rochedos, criam brumas,
Como sua presença que me inquieta e sacode
Num turbilhão interno incompreensível e inexplicável
Da natureza de meu ser e do meu querer.

terça-feira, 7 de setembro de 2010

NOVAS GERAÇÕES

NOVAS GERAÇÕES
Aparecido Donizetti Hernandez

As novas gerações têm que ser lembradas
Da parte desumana da luta política de nossa História;
E outras gerações que fizeram de conta que não viram ou não souberam,
Também devem ser lembradas...
Nossa jovem democracia foi conquistada com sangue
E às custas de tortura de muitos seres humanos...
E não podemos abrir mão da sua consolidação.


7 de setembro - Dia da Proclamação da Independência do Brasil

segunda-feira, 6 de setembro de 2010

FASES DA LUA

FASES DA LUA
Aparecido Donizetti Hernandez


Nossa vida, às vezes, parece as fases da lua,
estamos minguantes quando estamos cabisbaixos,
sem perspectivas, muitas vezes até sem esperanças;
aí antes de sumir, começamos a ser como a lua crescente...
sempre aparece um fio de esperança...
a esperança que permanece em nossa alma, em nosso espírito.

Começamos parecer lua nova - grande, linda, resoluta,
ainda sem muito brilho, mas linda,
exuberante no céu da vida, quase onipotente.

Quando somos a lua cheia?
Somente somos a lua cheia na hora
que o brilho intenso de nossas realizações
estão intimamente ligadas
ao brilho intenso das estrelas no céu
que refletem a luz própria dos que estão ao nosso lado,
juntos transformando o brilho da lua cheia dada pelo Sol;
e emprestando sua beleza
à realização coletiva e à preservação da Terra.

quinta-feira, 2 de setembro de 2010

TÂNIA SUELI

TÂNIA SUELI
Aparecido Donizetti Hernandez

Tantas vezes tentei encontrar o
Amor, procurei... procurei...
Nunca encontrei!
Instintivamente onde encontrar o
Amor!?

Sublime pode ser o amor, mas onde
Urgentemente encontrar um amor que me
Eleve aos céus, que me
Liberte e me
Inspire.

TEMPESTADE DE AMOR

TEMPESTADE DE AMOR
Aparecido Donizetti Herrnandez

Venta em minha vida a esperança,
A esperança de a vida ser melhor,
Um mundo onde os encontros não virem desencontros...
A Vida seja onde o ser humano
Acabe sendo um o complemento do outro,
Um mundo onde todos tenhamos
O pouco que seja o muito, pois é o suficiente.

Venta em minha vida a necessidade de acreditar,
Que o amanha seja hoje,
Que possamos ter todos
Uma tempestade de amor, carinho e solidariedade.
Esse mundo construiremos hoje, na esperança do sempre...

NOSSA RETINA

NOSSA RETINA
Aparecido Donizetti Hernandez

Pelo que passamos juntos,
Não há o controle do tempo,
As nuvens que encobrem o sol
Não encobrem sua luz,
Não turvam o esplendor de seus raios
E o calor que irradia.

O tempo que temos juntos
Não é controlado pelos ponteiros do relógio,
Que delimita e tenta ser o controle do tempo.
O tempo que estamos juntos é o que nossas retinas
Guardam e guardarão por todos os tempos...

Juntos somos como os raios do Sol,
Sua esplendorosa luminosidade,
Não como as nuvens que tentam
Sem poder ofuscar esse brilho,
Brilho que o relógio do tempo
Transporta pela eternidade
E viverá por todos os tempos...

domingo, 22 de agosto de 2010

NAS ÁGUAS DE AMARALINA

NAS ÁGUAS DE AMARALINA
Aparecido Donizetti Hernandez

Como o mundo me encanta
Quando ando pelas planícies,
Quando posso andar próximo
Às cachoeiras...

Poucas vezes tenho tempo,
Poucas vezes tenho a permissão,
Como amo a Terra!

À poucos dias caminhando,
Em lugar de linda mata,
Protegida por Xangô,
De rios com a mata ao seu redor.

Lá estavam três lindos anjos a brincar
Com a doce bruma das águas,
Nas águas de Amaralina,
Junto de Inhanã,
Bem perto de Iemanjá!



DÁDIVA

DÁDIVA
Aparecido Donizetti Hernandez

Esse é o grande prazer da vida: as incertezas,
Se tudo fosse previsível
A vida não teria graça, seria monótona.
A felicidade ou infelicidade são nossas próprias opções...

Temos a maior dádiva – o livre-arbítrio.
Se em alguns momentos
Tomamos rumos que nos deixam infelizes
É que estamos rumo à felicidade.

Não saberemos a diferença entre o açúcar e o sal, se não provamos.
Então, não saberíamos saborear a felicidade
Se não tivéssemos as decepções.

Saboreie a felicidade,
Mas devolva-me à quietude,
Quietude que tinha antes de conhecer-te.
Devolva-me o sonho sereno e a paz,
Paz que me envolvia na minha cama vazia...

FASCÍNIO

FASCÍNIO
Aparecido Donizetti Hernandez

Qual o fascínio que me desperta!?
Qual o fascínio deste concreto subindo aos céus, tapando a terra?
Que fascínio me desperta essa arquitetura de curvas e retas?
- Que me desperta e me aperta...

Qual o fascínio que os homens vêem no concreto?
Tornando o mundo abstrato saindo das entranhas da terra
Tentam chegar aos céus, ofuscando estrelas,
Onde não há mais matas e sumiu a serra.

Qual o fascínio que o amor nos desperta!?
Concreto no nosso abstrato...
Nesta noite fria em que me acalento em seus braços
Sem cantos... sem serra,
Junto ao “concreto” amor que nos dilacera.

CÉU ESCURO

CÉU ESCURO
Aparecido Donizetti Hernandez

Noite escura - a Lua não quis dar a graça de sua presença,
As estrelas no céu negro, nuvens espessas não permitem enxergá-las.
Noite escura de verão, as cigarras cantam,
Para acompanhar seu cantar, pirilampos cortam o céu,
Iluminando a noite escura como a tintinabular
O canto das cigarras, como a afirmar:
A noite escura é meu salão - o palco de meu dançar.
- Pontos de luz à iluminar a negra noite sem luar -

CREPÚSCULO

CREPÚSCULO
Aparecido Donizetti Hernandez

És iluminada, fostes feita da pura têmpera,
Simbolizas a liberdade,
És o símbolo dos anjos.
Como o crepúsculo,
Trazendo o Sol da vida
Para iluminar o novo amanhecer
Em cada novo nascer.
És tu que gera e regenera a humanidade
Em cada novo nascer...
Para o novo nascer, o antigo tem que morrer,
Mas, és tu que regenera
Em cada novo amanhecer dos filhos que gera.
Em seu ventre conduz o novo paradigma para a humanidade,
Como no crepúsculo que ilumina as camadas superiores da atmosfera,
Como os raios do Sol,
És os raios que ilumina uma nova Terra e uma nova Era.
Mulher, és tu que aquece,
Enriquece o renascer de minha alma
E ilumina meus caminhos.

NAVEGANDO

NAVEGANDO
Aparecido Donizetti Hernandez

Navego o turbulento barco de minha vida...
Turbulento e cismado barco de angústias,
Angústias que parecem fazer parte de todas as existências.
- Turbulento barco de minha existência -

Barco turbulento à procura de águas calmas
A fazer contra-ponto aos turbilhões internos de minha alma,
Onde encontro tais águas a não ser junto a ti,
Que tens o dom de acalmar o turbulento barco de minha vida.

Minhas angústias parecem amainar com sua presença,
Presença de águas calmas, que geram esperanças
Nas angústias de minha alma.
Somente você me acalma,
Tens o dom de purificar minha alma.

PELA PAZ!

PELA PAZ!
- Primeiro dia do ano no calendário gregoriano (Dia da Confraternização Universal e da Paz)
Aparecido Donizetti Hernandez


No dia 1º de Janeiro comemoramos o início de um novo ano e celebramos o Dia Internacional da Paz.
Por ser o dia da Paz, elevemos nosso pedido para que encontremos a própria paz interior.
Estando em paz com nós mesmos poderemos talvez um dia ter a paz no mundo.
Sendo o início de um novo ciclo, desejo-lhe um ano de encontros e reencontros,
um ano de construção da esperança e de realização de sua própria paz.
Que você esteja em paz!