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domingo, 19 de setembro de 2010

RELVA

RELVA
Aparecido Donizetti Hernandez

Relva molhada de sereno...
Ao raiar do dia caminho pela estrada de areião,
Conduzindo meu carro de boi
Com suas rodas rangendo, como que anunciando minha chegada...

Relva molhada... molhada como meu rosto
Em lágrimas que correm
Ao lembrar de minhas andanças conduzindo a boiada
Pelas terras vermelhas que levantavam poeira encobrindo a boiada.

Relva molhada... como meu rosto que queima
Na doce lembraça das festas nas pousadas,
Em ver nas vilas as moças nas janelas
Espiando nossa chegada, sofrendo em nossa partida...
Em suspirar, que faziam o mugir dos bois
Serem encobertos em nossa passada...
Na chegada e na partida.

Relva molhada de sereno...
Que faz lembrar as lágrimas de quem parte e de quem fica,
Nas lembranças que doem, mas purifica essa alma de caboclo
Que hoje somente nas histórias e nas lendas se dignifica.

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